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Mostrando postagens de janeiro, 2020

23. Toques de realidade

Quando começou a desacreditar no que havia à volta? Fugir do que toca com sentimentos. Crer deles não saber. Conforto em não sentir. É fácil de seguir adiante. Em algum lugar, escrever para conter o que pulsa dentro do peito. Nomear o que lhe torce e segurá-lo com as mãos. Desatar um meio punhado de nós. Palavras varridas e recolhidas ao cesto. A quem se dedica vassoura atrás da porta. “Era isto. Acabou”. De tudo o que arranha, casa habitada por ninguém. Tempo escondido na imensidão de céu sem estrelas. Quando começou a esconder os sonhos? Correr de tudo o que solapava o chão. E eram tão lúcidos. Candeeiros de uma noite que vestiu o coração. Oscilar até apagar. Ir sem rumo e, às vezes, levado por indicações de outrem. Cada um dos pedaços de sonhos alheios era, de certo modo, mais um pedregulho agarrado com as mãos. De uma mão à outra a fim de sentir o peso. Da palma da mão, arremessado por entre as fissuras de desfiladeiros. Desfiladeiros cavados na alma. Acreditou não ter mais u