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Mostrando postagens de junho, 2020

26. Catalogação e feitiços.

Tempo cortando asas do amor (1694) Perguntou "por que teus escritos nunca falam de amor?". Estranhei a questão. Em tudo o que faço, em tudo que penso, em tudo o que sou, lá, de raiz ou rejunte, tem amor - ou recitação dele. É que gosto de quando a divagação escorre por entre os sentidos, toca com a ponta dos dedos uma parede, sente cada uma das fendas, o reboco umedecido pelos anos de chuva no ladeado externo, o cimento assimétrico a acentuar uma curvatura sem rumo (para o tempo, está arrumada). É floreio. É paráfrase. Há em tudo uma passagem de fora, a borda de um canto, de igual forma que objetiva um contorno, chama a um outro horizonte. - Veja! Lá está... O que vai além dela. Boa parte de amar é compreender a diferença entre transcender e imanar. No fogareiro aceso, as chamas lambem a carne, mas são advertidas pelo vento. É caminho curto que vem de longe. É sempre outro, é sempre longe. Amor é o próximo e, de certo, também o distante. Outsider . Creio que a pergunta dele