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Mostrando postagens de setembro, 2022

34. Das alegrias que o tempo traz

Estação de trem abandonada em Boqueirão do Piauí (PI).  Quando vi os trilhos cerrados, entendi o que Espinoza disse sobre perceptos . Um conjunto de sensações que extrapolam aquele que sente, o que se percebe. Todas as ruas por onde caminhei, todas as esquinas em que, ao me virar, a alma se tornou outra. Cada rachadura contando uma história, cada fresta carcomida pelo tempo como um portal de outras vidas, as vidas que passaram por ali. Há tantos céus no silêncio dessa foto. O que é tangível transcendendo em um fundo infinito de imanência. A nuvem que é pelo vento levada. E é, em si, de sempre, o movimento do mundo. Conheci essa estação quando fui conhecer a cidade em que meu esposo nasceu e se criou. Gostei de lá. Como toda cidade interiorana daqui, ela é cheia de olhares tristonhos, de semblantes pesarosos que sonham com dias melhores, com oportunidades melhores. Ir a outro lugar. Acho que isso me encantou em José de Freitas (PI).  Parte materna é do Maranhão; a paterna, da Paraíba. E