Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2020

27. Cartografia d'origens

TRISTERESINA (O Terror da Vermelha, 1972) III - Inaudível O levantar da obra o cansava. Esgotado até para pensar, pedalava de volta à casa. No ocaso, o fogo dos lampiões começava a acender. O sol a assentar vagaroso no horizonte. Para ele, um contraste puramente divino. Chegara à ponte com o coração igualmente elevado. O chão de terra batida à frente, imaginava maravilhado a travessia com o rio a correr sob os pés. No descer da via, zumbido ao ouvido de cigarra a chamar. De vento ao rosto, o ar mudou. Peso acrescido à garupa. Alguém assentou ali. Parou. De um lado a outro, não avistou vivalma. Com a nuca eriçada, continuou a jornada. Prometeu a si, dali em diante, alocar sempre às costas picareta e enxada. II - Forragear O piau debatia dentro do saco. Peixe aguanizava [agonizava por água]. E não o repreendeu. O sol ali demandava fuga. Jogou por mais uma vez a tarrafa. No repuxo, nada além de tecido rasgado no engancho. Acima da ponte, uma mulher levada em bicicleta. Era sua hora de ir.