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Mostrando postagens de agosto, 2019

14. Autovetoriare

Reconciliare. Ciliar por outra vez. Um ladeado ao outro. Flagelos em justaposição. Vazios pejados em próprias ádvenas. Unidos à sorte de uma desigualação. Olhos fechados em esquecimento, outrora abertos em apartação. Fixados em ponto longínquo. Distorção de alinhamentos. Indistinção do cognoscível. Abeiramento de um infinito. You and i have begun to blur . Traços de elementarismo, impossibilidade de se decompor. Um a um, de se retirar e, à igual desígnio, de se recompor. Quem de festa é por sobre os pés levado. Pausa de tudo o que pesa, prende e lhe é forçado. Flutuação por um não sentir. Até porque, hoje, já não se sente muito. Geração sem amor e de amor a cada esquina. Alumiadas de quando em quando por um assanhamento, em cada viela escura, remorso e morte, o momento ensina. Surdez estilhaçada de quem ouve, de perto, a tiros. Mudez ensimesmada de quem grita, ao longe, "entrega ou atiro". Coração de fogo-fátuo. E ele é sopro, e ele é suspiro. Espelhos refratam luzires do

13. Crisálidas

Deleuze repreendia comentários. Ninguém quis dizer. Se disse . Tudo o que foi dito já está ali. Não é necessário se redobrar sobre uma linha, ou a falta dela, a fim de encontrar um significado. O significado é seu, a poesia é do poeta. Quando misturadas, já são outras entonações. A poesia diz sem precisar dizer, diz sem precisar ser justificada através da linguagem, costurada em outros termos. É completa porque enunciou pontes para estranhos de uma mesma língua, ligações entre lugares eternamente separados. Separados por serem diferidos, por serem outros e, ainda assim, encontrados um no caos do outro. Dito isto porque se amam certas coisas, mas dizer que se amou não é suficiente quando, de uma aleatoriedade, a alegria de encontrar bom tempo, bom trabalho, bom dia. Bom porque mesmo quando se fala do ruim, da dor, de solidão, de angústia, buracos da alma são preenchidos por pequenas lufadas de vento, que escapam e são transformados em presentes a todas as copas de árvores que, mes

12. Musicalidades

“Certas pessoas podem passar horas a fio sem falar”. Em mundo de palavras desperdiçadas, silêncio é um refúgio. Conforto de esvaziar o retido em demasiado, aliviar o forçado ao extremo de seus próprios limites. De cedo, titã Atlas, ombros alargados para carregar o mundo às costas. Na épica, ombros curvados, pois, não sendo titã, às vezes se cede com o mundo às costas. Cessão sem alardes, o reerguer sozinho. Dificuldade de palavrear medos, angústias soterradas uma a uma em um espeço silêncio. Nos olhos, a tensão do ar, é tempestade. Devastação refeita em ensimesmar de tudo, circunscrito em gotejar longínquo, em um olhar longínquo. Pensamento é areia movediça, afundar dentro de si. “No que está pensando?”. Sutileza levada pela chuva, ela que se leva e se deixa levar. Caos incompreensível borra cada tracejo de identidade. Apatia do espírito, dormência emocional, a dissociação nossa de cada dia. Ancoramento em futilidades, uma pausa de tudo o que pesa, de tudo o que cansa, “eles não c

11. Épocas idas

Flechas atiradas no horizonte de um lugar desconhecido. Página amarela em que escreveu uma reminiscência. Dez anos e o mesmo aperto em lembrar de tudo o que foi dito entre aqueles azulejos. Corredores de assentamento depois de idas e vindas a sua casa. Tanto tempo e teus olhos tão iguais.  Voz de carícia em alma calejada. Mão amiga de um refúgio silencioso. Teu nome na abertura de Star Wars. Músicas trocadas por indicação em tardias horas. O fone compartilhado. Era tempo de ir. E eu te amava. Convite para o seu casamento. Você encontrou a sua exceção. Ainda gosto de você, mas de um jeito diferente  Como se você fosse a cura para um coração  que já viu outros rostos que vem e que se vão,  mas que continua a procurar pelo pedaço  que você roubou de mim naquele último abraço