Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2019

18. Achados e perdidos

Um baile dos anos oitenta. De introdução, restrição à entrada. Sensação de "não deveria estar aqui". Algo soa metálico. Recostado em um canto, o som rediz algo, algo que preencha o vazio acumulado pelos anos. Sempre durmo em festas, comemorações, casamentos. Uma rede é um paraíso. Vida de "e se" ao invés de "e vamos". Angústia apossada do coração. Derradeira conciliação entre os próprios fantasmas. Intervalos de silêncio. Silêncio de si. Silêncio que de tão profundo tem, enfim, algo a dizer. Músicas de quando ainda se sonhava, de quando anda havia esperança. Dejavus . Pés não se firmam, "afundam na areia movediça dos próprios pensamentos". E há quanto tempo se está aqui, entre o ontem e o amanhã. Every move you make, every vow you break, every smile you fake, every claim you stake. I'll be missing you. Quatro e quinze. Busquei uma cadeira para aliviar o peso dos pés ou, talvez, da consciência. "Tu sumiu". Em momento da festa,

17. Cinemática

Dia diferente. Abreviação de nomes. Os espaços que te formam, que te fazem artista. Possibilidades em cada movimento. Perspectivas do voo de um pássaro. Pássaro livre. E é tão lindo os assistir por voar. Conquistar cada uma de suas infinitudes. O céu não é limite, mas a própria partida. De alturas. Aninhamento em um abraço, um recostar de ombro. Gosto de tudo o que é incapturável a descrições. Música ressoa por um encantamento a cada nota. Fragmentos de alma partida para criar, engrandecer, conter "em si mais mundo, mais vida". E tu trazes vida. Cantiga de paz na volta para casa. Coleção de amanheceres. Cada um dos espaços em branco desenhados por uma lembrança. Acordo tácito. Céu escurecido, aos poucos. era iluminado por outras constelações. Horas desse dia como badaladas no coração. Conforto em saber que o tempo completa com significados cada uma dessas entrelinhas. Entrelinhas. Duas paralelas que, matematicamente, em algum lugar no infinito, curvam e se tocam. A f

16. Berlindes

Você perguntou o porquê de não ter te atendido. Bem, meu celular vive no silencioso. Não gosto muito de falar à distância. Sou de todo antigo. O jeito clássico de levar a vida é mais tranquilo. Aparelhos eletrônicos já são pílulas de ansiedade, quando aliados a redes sociais são uma overdose de apreensão. Em casa, vontade de demora em banho. Tranquilidade para escrever. Enquanto vinha para cá, lia suas mensagens. Os fones alegram ao som de uma ópera fúnebre. Requiem . Orquestral maravilhoso. Ele recorda algo que vem de fora, uma força do fora. Geralmente estamos tão presos dentro de nós mesmos. Inominado que de tudo se apossa. Outras formas e cores. Capturas de um sentimento indizível. Capacidade de trazer consigo o infinito. Constelação do presente, chão que se desmonta dos pés. Espírito é levado a um outro lugar. Revoar de pássaros. Gosto por contradições, de conflitos. Nos desfalques de si, construção de preciosidades. Bem aventurados os que se tornam leves. Deles é o prazer

15. Outeiro

Raízes são firmamentos de árvore ao chão e, por isso, justamente e o que eternamente as fixam. Clausura pela segurança. O mundo lógico é relido por dualidades, "sim" ou "não", "direita" ou "esquerda", "claro" ou "escuro". Nada aquém ou além, "uma coisa ou outra". Redução de tudo o que dali escapa por um controlamento de tudo o que não se pode conter. E tudo isso soa estranho e irreal. All this feels srange and untrue . Mundo esquecido do acondicionamento por lados, mas de potencialização da vida por perspectivas. O sol é movimento. Um olhar, um sentir. Unicidades atravessam espaços criados dentro de cada um. Lugares não descritos, desarrazoados, trilhados todos os dias e, ainda que aproximados de um nome, demandam e debandam por outros caminhos, requerem novas direções. Ilimitação de si porque se é infinito. E a humanidade teme tudo o que escapa, tudo o que não consegue capturar. Perseguição infindável a bruxas c