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Mostrando postagens de outubro, 2019

22. Avenida beira-mar

O amor é gracejo. Da alegria, a pura vertigem. Sublimação de essências. Destino de um punhado de palavras. As que se atiram e as que se deixam por atirar. Demônios de quem andava pelos sepulcros. Atirados à vara de porcos, lá correm ensandecidos. Abeiramento de um desfiladeiro. De um outro infinito. Ele vestiu azul. Era mar e maré. Fascínio pelo tanger de realidades. Peso e pêndulos. O amor dança com o tempo e o vence, mas é o tempo que lhe passa a mão por sobre os olhos. De eternidade, mira eras adiante. O amor é orvalho, uma deriva e uma derivação. Ouvi lá. Inesperado como ouvir a Flesh Without Blood em um episódio de Mr. Robot . De aparência, nunca se encontrariam. Unidos pelas gradações de um mesmo horizonte. Cada um deles, degraus de um momento, de um instante. A vida é fluxo irreversível. Captura estática de um humano bélico. Destroços. Não se é, se está, se faz e se constrói. A um passo do amanhã, é uma passagem, um marco e uma ponte. Orvalho é gota e também chuva. Aqui

21. Espera

Não sei a quantas andará meu coração com esse show em Teresina <3 Uma ida em volta: ler os comentários desse vídeo enquanto a música toca.

20. Laranja & tangerina

Quase uma hora quando resolvi pedalar. Ruas de ninguém assenhoradas de quando em quando por um farol. Tão logo se aproximavam, pela distância e como superposições, elas se afastavam. Pouco a pouco, a Igreja Matriz por um borrão azul. Era para ser mais uma ruminação sem graça. Outra entre as muitas de quem já nada sente. Deambular por aí sem qualquer mapeamento. Fluxos a desembocar em outros contornos. A barragem quase rompida. Pilares de um talude em apartação. Os destroços de cada um de nós. Abstração até a inconsciência da pura luz. Sentado no paredão, o cerco vestido de noite e uma lanterna que cintilava dentro do açude. Cada vez mais perto, um pescador em sua canoa. Equilíbrio. Pés a balançar na água. Voz de pronunciação do amanhã pelos fones de ouvido.  Chasing Cars . Velhas lembranças. Queria morar no encontro de todos esses silêncios. Quando cada um desses abismos se fecha sobre si e faz brotar uma flor. A flor amarela apanhada entre as frestas de um muro e que é acariciada

19. Oscilação

Era tarde quando abri o portão. Da recusa em entrar, duas cadeiras na calçada. Silêncio de anúncio. Anúncio de uma inquietação. Regência por tangentes. Aproximada de um canto, o revés de outro. Requer um outro. Um pouco de passado em acertos para o futuro. Fascinação por bordas. Cair por cada uma delas. Borragem de linhas através de um punhado de detalhes. Um círculo fechado por fora, uma costura de espaços. Minutos entrelaçados em aperto de mão. Inquietude de passar o dia por entre os abismos de quem se forçou prematuramente a lidar com o mundo, a carregar todas as implicações dele. Cada uma das fissuras que ora ou outra afugentaram o coração entre muralhas construídas para a proteção. Lemos juntos sobre “exaustão sentimental”. Apatia profunda de quem já não se alegra ou se encanta com o cotidiano. E, às vezes, de tantas intensidades, a vida nos satura. É o entorpecer do doente, do drogado, do enlouquecido. Cada um a seu modo, fugas de uma realidade que cava buracos na alma, crian