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10. Parcerias


Este é um trabalho de conclusão de curso de um amigo. Reproduzi porque além de incrível grandes conquistas são alegrias compartilhadas e "não importa o que você faça na vida. Não será legendário, a menos que seus amigos estejam lá".

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE INFORMÁTICA NA GRADE CURRICULAR DAS ESCOLAS PÚBLICAS FREITENSES

INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade, a humanidade é bombardeada com informações por todos os lados. A globalização disseminou o conhecimento acumulado durante eras em um universo que se acessa, rapidamente, na palma das mãos. Já não se passam horas, dias ou anos vasculhando sobre um assunto em bibliotecas, livros, papiros ou artigos para encontrar uma solução resposta, tudo está “online”. Como um fenômeno social, a educação é igualmente influenciada por essas emergências modernas. Na internet, todo conteúdo é disseminado por pilhamentos, uma quantidade imensurável de informação que antes era assenhorada por poucos, hoje, é livre, livre de qualquer restrição, sujeita a críticas ou reformulações. Tudo é de todos e justamente se tornou de ninguém, pois ninguém consegue abarcar todo esse conteúdo de uma vez. A educação já não promete ensinar o fundamental, o estritamente necessário, mas direciona seus filiados aos navegantes de um mundo todo reformado, um mundo que se volta para questões globais e emergentes, que acontecem no agora para um presente que também se constrói e formula no agora, que se encontra e responde no agora. Uma educação que se volta para o todo a partir da pluralidade que o compõe, já não se compartimenta em uma fragmentação da vida, mas a aloca a partir de sua dinâmica, de todas as suas implicações. A inserção da informática é, pois, por esse sentido, essencial para se observar o ensino sobre essas novas nuanças, sobre novas tecnologias, ferramentas imperiosas para a construção de um aluno que já não se coloca no escuro (etimologia da palavra, “sem luz”), mas o a apõe para a educação às claras, a luz de todo oceano que, hoje, e é requerido para navegar. Grande parte das escolas localizadas no município de José de Freitas são equipadas com laboratórios de informática. Geralmente, entre quatro e quinze máquinas, em plenitude de funcionamento. Afora dos computadores que já não funcionam, seja por falta de manutenção, seja por desuso, ausências de peças que o integram, tais ferramentas ainda são pouco utilizadas pelos professores e pelos alunos. Em consulta, os empecilhos para que isso aconteça é, de pronto, listada: (a) a desestrutura de alocação das máquinas, em muitos laboratórios, os equipamentos de refrigeração já não funcionam, não há pessoal especializado para, regularmente, efetivar a revisão dessas ferramentas (b) o despreparo dos professores para lidar com mencionada reformulação educacional, sem qualquer especialização para a dinâmica que se inseriu no aprendizado (c) desvio de finalidade na utilização dos laboratórios, uma vez que, neles, outros instrumentos que não são utilizados pela escola ali são acumulados e depositados, como violões, carteiras quebradas, estantes, etc, (d) os alunos são desmotivados para as lições cotidianas que já não se adequam às suas requisições pessoais, a exemplo, de sua cada vez mais precoce inserção afetiva, social, empregatícia, (e) com o despreparo dos profissionais e o desestimulo dos alunos, há pouco ou nenhum aproveitamento do que se leciona ou do que se pretende lecionar, na medida em que o aprendido se resume ao cumprimento do planejamento escolar, de um lado o professor que ministra e os alunos que, forçados pela diplomação, auferem notas para não serem reprovados. Esse trabalho busca, pois, intervir na formulação da política de ensino freitense para, aliando a era da globalização, analisar a disciplina de informática por uma nova perspectiva, que a aporte na modificação do ensino por outras perspectivas, que aliem os profissionais da educação para essas novas necessidades, estimulando os alunos para que, utilizando dessas ferramentas, compreender o mundo em que vivem.

JUSTIFICATIVA

Este projeto discorre sobre as características dos laboratórios de informáticas nas escolas públicas freitenses. A informação é a essência das novas tecnologias. Em o sendo, integra a atividade humana, bem como os processos individuais e coletivos de existência que são, direta ou indiretamente, moldados por esses recursos tecnológicos. Assim, evidente é a proximidade interativa entre tecnologia e sociedade, fundamentos da discussão desta pesquisa que contextualiza a realidade das escolas freitenses com todas as suas potencialidades do ensino tecnológico. A importância desse trabalho é, por esse lado, a construção de um projeto que se atenha às ferramentas postas à disposição do ensino, elencando suas potencialidades e deficiências, criando um ambiente que elucide a interdisciplinaridade da informática, a partir da contemporaneidade. Esta que ao mesmo tempo em que torna a humanidade dependente da tecnologia, – ainda – pouco a explora para os efeitos práticos no cotidiano individual, em especial, a construção subjetiva do educando. Esse projeto interventivo surgiu de uma necessidade pessoal do autor que, durante sua formação e também durante sua experiência com outros alunos, também se viu nessa situação de alheamento do que se explicava, do que se colocava a disposição, mas sem qualquer aplicação efetiva. Isso porque por muito se viu alunos “perdidos” em sala de aula, presos em outras questões que afastavam o ensino, já tão debilitado, para a última posição de prioridades, mais uma obrigação dentre as variadas que se amostram todos os dias, sem qualquer efeito ou resultado prático. Alunos sem acesso a aparelhos eletrônicos, sem real consciência de um assunto amplamente debatido pelos demais; outros que, já viciados neles, não conseguiam reter sua atenção para uma aula exaustiva, sem interatividade com o mundo que os cerca e especa dentro de seus bolsos. Cada um a seu modo, desvencilhados de uma educação que não mais abarca o modelo antiquado de louça e livros. Não que eles não sejam importantes, mas que, assim como as disciplinas, compõem apenas uma parte de um todo, de uma estrutura maior, ligada a outras. É, por isso, a importância de resultados práticos, ou seja, “para o que isso serve”, dentro do que se ensina, dentro do que se propõe e do que se espera da educação. Perfeitamente possível com a informática.

PROBLEMATIZAÇÃO

Diferentes perspectivas são observáveis partir de um objeto de estudo. De cada uma delas decorre a uma questão. Esse questionamento requer, por sua natureza, uma resposta, uma resposta a partir do que vê, do se prova, do que se explica. Problematizar é, pois, observar e perguntar. Uma definição de parâmetros a partir do que se elucida, do que se discorre, do que se saber e do que se pode, com isso, responder. Recorrentemente se observa todas as dificuldades que atravessam o ensino público, em especial nas cidades interioranas, com insuficiências de recursos, pessoas, estrutura, trabalho, transporte etc. Isso afeta diretamente o alunado que, não obstante essas faltas, é exposto a tecnologias e ao mundo recriado por elas, bem como lhes é requerido por elas, saber delas, mas é acometido por essas deficiências. O problema desse projeto interventivo é justamente apontar possíveis respostas para os seguintes questionamentos: como a informática é percebida nas escolas públicas municipais freitenses? Como ela pode ser inserida na grade curricular, de uma forma mais efetiva, para a mudança de perspectivas sobre o ensino em José de Freitas? Até que isso se mensura na realidade vivida por essas escolas?

OBJETIVOS

Objetivos são os direcionamentos pretendidos com um projeto. São a maneira de mensurar o trabalho, o que se quer com ele alcançar. É um traço riscado em um determinado ponto e, com o decorrer do estudo, perquirido. Por uma formulação lógica, ele é definido de um modo geral e, dentro dessa generalidade, esmiuçado em tempos específicos, ou seja, em pontos específicos, denotando a originalidade do trabalho. O objetivo geral deste projeto é, assim, analisar as possibilidades do ensino informacional pelas escolas públicas freitenses. Com efeito, os objetivos específicos deste projeto são: (a) elencar as dificuldades enfrentadas para o lecionar e aprender com a informática nas escolas públicas freitenses; (b) apontar as potencialidades a serem desenvolvidas com sua efetiva aplicação durante o ensino, e; (c) demonstrar, a partir do estudo desenvolvido, a efetiva aplicação dessa modificação da política educacional.

METODOLOGIA

Descrever um método é discorrer acerca de como ele ocorre, falar de como ele se apresenta, de como ele é utilizado. O método é a maneira com a qual os instrumentais de uma pesquisa são apoiados, como essas ferramentas são efetivamente utilizadas para mensuração de um trabalho pronto, de como elas foram importantes para delimitar o campo de atuação e o de resultados. Com o intuito de ser fidedigno à realidade educacional freitense, questionários foram aplicados para alunos e professores. Inicialmente, as perguntas elaboradas eram estritamente objetivas, com respostas direcionadas entre “sim” e “não”. Ao passo em que facilita a análise, esse tipo de direcionamento, por vezes, atrapalha a live expressão dos que as respondem, vez que se restringem às formulações do pesquisador. Assim, trinta perguntas de caráter aberto – quinze para professores e as outras para o alunado – foram reformuladas para que, dentro das diretrizes da pesquisa, quem as respondesse o fizesse livremente a fim de enunciar, fidedignamente a suas realidades, as perspectivas sobre o ensino informacional freitense. O questionário foi integralmente colocado nos anexos I e II, ao fim deste projeto. Já dito que essa pesquisa se volta às escolas públicas freitenses de ensino médio, hoje, todas fomentadas com recursos estaduais. Diante disso, o questionário foi aplicado nas quatro unidades escolares aqui localizadas. Alguns dos professores se recusaram a respondê-lo, seja pela falta de tempo, seja porque não estavam presentes na escola quando da realização da pesquisa. Em outro lado, grande parte dos alunos estava receosa de responder por: desinteresse, demonstrado por expressões “não estou a fim” ou “não posso”; despreparo linguístico vertido em esquiva, “não sei responder essas perguntas direito, do jeito que é para ser”; temor pelas consequências pessoal, familiar, escolar e, eventualmente, política o que, de certo modo, frustou parte deste trabalho. A aplicação, contudo, possibilitou tracejar o perfil de aluno e professor quanto ao uso dos computadores, bem como de como a educação aliada à informática é, a seu modo, estabelecida nas escolas públicas de ensino médio em José de Freitas, o que possibilitou ainda tracejar eventuais soluções para sua deficiências.

CRONOGRAMA

A representação gráfica e temporal de como este projeto interventivo será implantado é conhecido por cronograma. Ou seja, ele aponta o tempo requerido para a confecção da pesquisa. As atividades envolvidas com a elaboração do trabalho estão nele dispostas para controle de andamento do estudo, a fim de que etapas não sejam suprimidas e, posteriormente, sejam aglutinadas frustrando, de todo, a pesquisa. O deste projeto ocorreu da seguinte forma: (a) levantamento referencial, (b) discussão teórica a partir dos objetivos, (c) identificação e localização de fontes, (d) análise e interpretados dos dados, (e) redação do projeto interventivo, (f) revisão dele e (g) defesa (quadro aqui suprimido pela formatação digital em html).

REFERENCIAL TEÓRICO

Nas escolas, cadernos, livros, impressos, lousas acirradamente dividem o espaço de atenção com celulares e outros eletrônicos, ao passo em que na parede ou no alerta dos professores, aviso constante da proibição desses instrumentais. No laboratório de informática, máquinas com sítios, principalmente redes sociais, de acesso restrito ou, de todo, bloqueados. Ordenadamente, as cadeiras são enfileiradas para um esquadrinhamento do local, um aproveitamento do espaço para melhor rendimento dos alunos, um disciplinamento do corpo à ordenação social (FOUCAULT, 2003). As emergências do campo social são afastadas para a satisfação de uma dívida educacional de séculos, uma educação que se atrela a um modelo compartimentalizado, dissecado para retirar de discussão o latente e expor o que já não é de interesse. Uma vertente é a verdade, uma proposição sempre verdadeira; outra, por completo distinta, o interesse sobre ela. Em indagações, o alunado pergunta “até que ponto o que me é ensinado se aplica à vida prática?”, “quando, enfim, utilizarei os conhecimentos repassados, ou que recorrentemente me tentam repassar, ser-me-ão a resposta?”. Um dos grandes empecilhos – senão o maior da educação é, justamente, alhear o alunado do que acontece fora da sala de aula, do que acontece na vida prática para o qual, supostamente, a escola o prepara. A questão do interesse retorna já não para se indagar acerca do que se diz, se verdadeiro ou não, mas do que se diz e como se diz, do como se apresenta (DELEUZE, 2010). Formulação mais profunda, que atravessa outros campos, ainda estranhos ao modelo educacional estabelecido, mas que, imperiosamente, são requeridos pela sociedade e para a sociedade por esses educandos. A dicotomia estabelecida entre o analógico e o digital, a exemplo do que se cria, como na tecnologia, e o que se torna obsoleto. Todos os espaços sociais são reformulados para a apreciação da vida já não por compartimentos, prontos e acabados, por um engradeamento, um encerramento do que se projeta por fundamental em uma grade, aprisionamento lógico de “sim” ou “não”, mas, por outro lado, a vida é observada a partir de sua complexidade, de todas as implicações que lhe são inerentes, assim, toda a sua dinâmica é levada ao debate. Os atores sociais já não são enjaulados, sob uma vigília constante, a fim de evitar que se percam no meio do doutrinamento analógico, mas impulsionados a lidarem com a ampla gama de espectro e intensidades que atravessam a humanidade, eles são alocados em um mundo digital, um mundo que, hoje, cabe em suas mãos. Já não se ensina matemática “pura e simples”, já não se houve todo o repertório do professor para que, desligada das outras disciplinas, ela seja, enfim, aprendida. As tecnologias instigam o oposto, em verdade, o aluno não é mais o aluno passivo, recebedor de dados e mero repetidor, quase um roteador, o alunado é, assim como os dispositivos que lhe são colocados à disposição, quem interage com o mundo a sua volta, que interage com seus recursos. Superado o analógico, ele é digital. Na atualidade, ensinar é mais complexo, isso ocorre porque a sociedade também se complexificou, há ainda mais especialização do que se faz, do que se requer. Ou seja, desafios e oportunidades são estabelecidos no contemporâneo. Aqui se instala a importância da disciplina de informática. Sua interdisciplinaridade aloca todas essas questões para a sala de aula, que já nem é sala de aula e, sim, um laboratório, onde experimentadores criam sua passagem pelo ambiente que lhe envolve e integra. O acesso à informação não é garantia de aprendizado, como por muito se pensou, mas o discernimento entre o que se coloca à disposição e o que isso implica – o interesse – é que possibilita o desenvolvimento pleno do conhecimento, da dinâmica de interagir, o que elucida possibilidades (GUATARRI, 2010). Sem atores que apenas reproduzem os personagens de um enredo por bastante já encaixotado em um livro, os educandos são impulsionados para criarem os seus, criarem a sua história, constituírem o artesanato de si, subjetiva e concretamente falando. Talqualmente o computador, com as ferramentas que são dispostas, o seu usuário tem de se apor frente a suas potencialidades, percebendo cada uma de suas limitações como passos a diante, como pontos de se estabelecer e se impulsionar. Entender o que implica um hardware pressupõe aprender física, geometria, química, matemática, linguagem, meio ambiente, da mesma forma que um software, ao recitar à lógica, à ótica, a filosofia, a história. Os componentes que integram as máquinas são dos outros fatores que auxiliam na observância de toda essa nova política do aprendizado, do que se possibilita com o estudo. O educando não é mais restrito a um “programa de ensino”, ele é, agora, bombardeado por informações de todos os lados, ele já não requer a figura mestra de um professor, isso não significa dizer que seu referencial é dispensável, mas que o professor é, também, instrutor, ou seja, capacitado para instruir o alunado a navegar entre as águas revoltas do mundo moderno, aliando tudo aquilo que ele possibilita com tudo aquilo que ele aprendeu, em verdade, desenvolveu.

A PROBLEMÁTICA DA EDUCAÇÃO

Com a facilidade de acesso a equipamentos conectados à rede mundial de computadores, todo tipo de conteúdo é disseminado em uma velocidade quase frenética. Nem mesmo as máquinas projetadas para suprir as limitações humanas conseguem, por vezes, lidar com a quantidade de informações. Os processadores são projetados justamente para auxiliar os equipamentos a “raciocinar” em meio a toda essa demanda. Cada vez mais, as atividades se complexificam e as máquinas, assim como os seres humanos, tendem a evoluir para, em podendo, acompanhar o movimento que rediz outros contornos para o que se vive, para o que se é cotidianamente exposto. Uma reformulação para sobrevivência. O que antes era restrito a um grupo de pessoas – ou de bibliotecas –, hoje, rapidamente é verificado pela tela de um celular. O mundo de outrora, redito por páginas e páginas de arquivos, é recitado pela digitação de poucas palavras chaves em um buscador. Em segundos, a contento das mais variadas preferências, uma listagem de sítios eletrônicos é encontrada para exposição minuciosa daquele conteúdo. Essa propulsão de informações afeta direta e indiretamente toda a sociedade. Ao mesmo tempo em que a tecnologia se aperfeiçoa, o ser humano, de igual modo, tende a se aprimorar. Essa demanda recorrente de informações é incutida em cada um dos que se inserem no mundo moderno, um mundo refeito pelas telas interativas, pela disseminação de conteúdo, em verdade, dos mais variados conteúdos. A revolução trazida pela tecnologia e pela comunicação intensificaram as relações que se socialmente se estabelecem. Demonstrando sua importância em questões culturais, políticas, econômicas, geográficas, ambientais etc, essa dinâmica de tráfego informativo se transformou em recurso de empoderamento (CASTELLS, 2003). A conciliação entre as informações veiculadas e os assuntos a assimilar é, talvez por isso, um dos maiores desafios da educação contemporânea, na medida em que todo esse fluxo incessante de conteúdo corre livremente. Ele não encontra quaisquer limitações, paradas para o descanso, pontos de pausa a fim de vinculação. O conteúdo não é mais acumulado, mas, em regra, assimilado, direcionado a um fim. E, aí, residem os problemas: como lidar com um aluno que se aventura pelas águas de um oceano que não controla? Como ensinar a alguém que “já sabe de tudo” e ao mesmo tempo “desconhece tudo”? A quem ensinar se, assim como as águas do oceano que lida, tudo escorre e escapa pelas mãos? E é exatamente nesses questionamentos que reside a resposta ou, pelo menos, o indicativo dela: a educação por filtros, por instrumentais. A educação se volta para essa dinâmica por outras perspectivas. O ideal de “fim em si mesma”, de aprendizado por tabelamento para uma “promoção futura” é, de todo, superado. Ela é, agora, ferramenta, instrumento de potencialização do navegador. O barco é por este guiado, mas o leme é, de outro lado, iluminado por seus direcionamentos, por sua luz. Não impõe uma grade, uma prisão, uma ordenação do espaço, uma direção a seguir. Em contrário, apenas indica pontos como uma bússola e, de similar maneira, como farol. As escolhas são feitas pelo timoneiro, ele é autônomo. Contudo, as ferramentas que ele dispõe é que são responsáveis pelo auxílio nessa condução. Ou seja, já não se trata de inserir – as vezes por total contragosto – na cabeça de um aluno uma quantidade conteúdos, isso ele já detém, trata-se, em outra vertente, de elucidar para ele as possibilidades que lhe são ofertadas, de enunciar tudo o que lhe toca e tange. Isso não significa esgotar as linhas mestras, esmiuçar direcionamentos em um “dever ser”, “fazer porque assim dará certo”, “fazer porque alguém disse”, versa-se, doutro jeito, de tracejar possibilidades com o que se disseminada. Sem palavras de ordem, balizar o que é, de súbito, apresentado; transformar o recebedor de conteúdo – que até se alheia em uma densa camada de apatia para refrear a intensidade das situações – em um artesão, criador de recursos com o que dispõe. Para Edgar Morin (2010, p. 85), "Imaginemos uma tapeçaria contemporânea. Ela comporta fios de linho, seda, algodão, lã, de cores variadas. Para conhecê-la, seria interessante conhecer as leis e princípios relativos a cada uma dessas espécies de fio. Contudo, a soma dos conhecimentos sobre cada tipo de fio que compõe a tapeçaria é insuficiente para conhecer essa nova realidade que é o tecido, isto é, as qualidades e propriedades próprias desta textura, como, além disso, é incapaz de nos ajudar a conhecer sua forma e sua configuração". A educação volve, pois, para a instrumentalização de potencialidades. O educador é artista igualmente ao aluno que ensina a atuar. Conciliador da infinitude de informações ao que se quer, ao que se almeja. Afasta a ansiedade de não poder, ou de descompassar o que lhe é exposto, por um lidar de fluxos, com a construção de canais de interatividade, pontes para a construção. Educador e educando constroem enquanto se constroem mutuamente. Cabeças que não se atem a receber ou repassar mercadorias, como um grande armazém; cabeças bem feitas que compreendem a logística do que se move, do que se aprende, do que vive. Fazem de si filtro, bussola e luz para guiar seus barcos nesse oceano (LEVY, 2010).

DA INFORMÁTICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE JOSÉ DE FREITAS

Com uma população aproximada de 39.072 (trinta e nove mil setenta e dois) habitantes, o município de José de Freitas é uma cidade interiorana do Estado do Piauí que surgiu do desmembramento do município de União, após os envoltos históricos acerca do Distrito do Livramento, oriundo da Fazenda Boa Esperança, a partir de uma capela em homenagem à santa que lhe nomeia (IBGE, 2018). Cidades interioranas, aqui conceituadas por seu afastamento das capitais estaduais – geralmente seus primeiros centros de desenvolvimento – são acometidas por uma desestruturação sistêmica na efetivação de direitos mínimos, a exemplo clássico da educação, da saúde, da infraestrutura, do transporte público, do comércio, da economia. E apesar de se situar a pouco mais de cinquenta quilômetros da capital piauiense, integrando a região da “grande Teresina”, José de Freitas não difere dessa realidade. Depois da nucleação de algumas no final de 2017 (dois mil e dezessete), um levantamento atual da secretaria municipal de educação certifica a existência de 39 (trinta e nove) escolas, distribuídas entre a zona urbana e rural, responsáveis pelo ensino infantil e fundamental, mantidas com recursos públicos. Lado outro, apenas 4 (quatro) escolas estaduais suportam toda a demanda de alunos integrantes do ensino médio. Há ainda outras escolas particulares em José de Freitas, mas, como já dito, esse é voltado para as escolas públicas estaduais que no município se localizem. A imperiosidade de informação requer da educação a inclusão digital (TAKAHASHI, 2000). A população necessita ser inserida dentro dessas novas relações, na realidade, compreender essas novas relações, uma vez que o mundo projetado para o presente – futuro de um passado não muito distante – parece ter fracassado no modelo de ensino que, por séculos, foi arrastado como uma prece diária, um rio que não se consegue atravessar, seja pelo costume, seja por toda o sistema que lhe envolve, integra. Incluir digitalmente é, pois, instrumentalizar a atuação desse indivíduo na sociedade contemporânea. É, nesse viés, redarguir o domínio sobre que si que, atualmente, é exercido por seu alheamento do que se passa, do que se vive. Sua incapacidade de interagir e modificar a realidade a sua volta. Ou seja, a inclusão digital passa a ser uma ferramenta de luta social, uma manifestação de como e por que se pensa, se educa e se constrói. Com a instigação de suas potencialidades cognitivas, habilidades para a autonomia, não apenas estar no mundo, mas ser o mundo e se movimentar, transformar e se modificar juntamente dele; perceber, assim, na informática, a materialização de um direito e o exercício pleno da cidadania. Familiarizar a informática no ambiente educacional é, então, concretizar o acesso a um bem público, disseminar, por esse lado, o bem comum, a realidade comum. Um bem que se qualifica em variados contornos, cite-se: (a) cultual, (b) ambiental, (c) social, (d) político, (e) afetivo, (f) escolar, (g) geográfico, (h) linguístico, (i) químico, matemático, físico e biológico, (j) humanitário. Sendo, portanto, extremamente necessário por parte das políticas governamentais e públicas (CYSNEIROS, 2000; GONÇALVES, 1999), o que manifesta também sua própria materialização. Depois das visitas de nas escolas se verificou as seguintes dificuldades para a implantação de um sistema integrativo digital/informacional: (a) estrutural: em sua maioria, as escolas não oferecem estrutura sequer para as atividades letivas, quiça, para a manutenção de um sistema de inserção digital. As próprias salas de aula se encontram sem acabamento acústico ou de vedação, influenciando, inclusive, diretamente na entonação e força com que o professor se direciona ao alunado, bem como ao desperdício com climatizadores, quando existem. Lado esse, a iluminação e a climatização são igualmente deficientes, o que se alia ainda à oscilação constante de energia elétrica no município, prejudicando a mantença de equipamentos elétricos ligados à corrente sem que isso recite sua inutilização por eventuais curtos-circuitos em decorrência disso. Recorrentemente se avistou laboratórios utilizados como verdadeiros depósitos de tudo o que era inservível para a escola. Em alguns deles, materiais didáticos, instrumentos, carteiras, estantes, adereços festivos e materiais para construção se amontoavam em meio a poeira, desgastando-se pelo tempo e pelo desuso; (b) profissional: grande parte dos professores acredita no potencial deflagrado a partir pelo uso dessas tecnologias no ensino, seja para o estímulo dos educandos, seja para propiciar outras maneiras de aprender, de compreender o mundo que os cerca e, direta ou indiretamente, os influencia. Outra parte, acrescida dos que acreditam, resiste a essas inovações. O reconhecimento dessa ferramenta como auxílio no desenvolver do ensino é dificultoso e caminha vagarosamente. Há ainda outros fatores que causam o desmotivo desses profissionais para lidarem com a informática, entre eles, o excesso de atividade desenvolvidas, alguns deles trabalham mais de dois turnos ou em duas escolas, as vezes em outros municípios ou com deslocamento diário de/para outros municípios, os salários reduzidos, contratações por processos seletivos ou a título precário, o que afeta sua dedicação e firmamento nas atribuições magistrais; (c) pedagógica: as lições no laboratório devem se aliar ao conteúdo ministrado pelas disciplinas. Contudo, alguns dos professores levam o alunado para os laboratórios, mas não conciliam os assuntos. As aulas eram meramente recreativas, uma espécie de entretenimento para afugentar da mesmice do enclausuramento da sala de aula (adaptação dos termos utilizados por uma das professoras entrevistadas, “[...] a gente e eles passam o dia todo enfurnados lá. A gente leva p'ra que eles saiam da rotina e se divirtam. Todo mundo precisa de um tempo às vezes porque, senão, a gente fica louco e p'ra que eles também não me deixem louca”). Desassimiladas do conteúdo, não há qualquer vinculação ao que se projeta, há apenas a fragmentação do que se aprende – ou do que se simula aprender. Somado a isso, a fragilidade dos conhecimentos informacionais dos professores, alguns não sabiam sequer utilizar o computador. A partilha de experiências entre educador e educando é, por fim, prejudicada; (d) política: que se ensina é afastado de discussão com os professores. Suas reivindicações são menoscabadas pela mudança de gestões ou suprimidas por uma aparentemente constante insuficiência de recursos, por uma restrição situacional que desaparece quando se propagam festas financiadas com recursos públicos. Invertida a governança municipal, secretarias são completamente reestruturadas, as diretorias acertadas por escolhas sem participação dos pares do magistério, ou, quando muito, por uma proximidade com lideranças políticas que se assenhoram do direcionamento público, da tratativa com o público, como uma profissão, como uma propriedade particular. A educação é completamente influenciada e acometida, na medida em que as expectativas são frustradas pela descontinuidade de projetos. A gestão é, em sua totalidade, hierarquizada, o que se cima advém é recebido, internalizado e repassado aos demais da cadeia situada abaixo. Sem qualquer questionamento, sem qualquer pluralidade de participação, a homogeneidade de pensamento, sobre determinado assunto, o aferroamento do que se ordena é sentenciamento derradeiro, axioma irrefutável e indiscutível. Ora, se o próprio professor é acoitado por essas clausuras, suas possibilidades se tornam restritas, diminutas ou quase inexistentes. A mesma apatia que acolhe e entorpece o aluno se entrelaça pelos horizontes desses profissionais. Com esse perfil, as possibilidades interventivas são perfeitamente desenhadas, uma vez que a partir dessas deficiências, a disparidade entre o que é oferecido para que educandos e os profissionais das escolas estaduais freitenses se torna mais clara. Partindo daí, cada um desses artistas possa, a seu modo e considerando suas peculiaridades, perfazer uma mudança na gestão do ensino, mudança que não depende somente desses profissionais, por vezes acometidos por suas próprias deficiências – envoltas por questões sistêmicas –, mas com materialização de efeitos práticos e que sejam refletidos em seus cotidianos. Por esse lado, um incentivo à continuidade de projetos desenvolvidos para que a educação não fique restrita a dessabores políticos, promoção de incentivos à manutenção dos equipamentos, da conservação de salas e laboratórios, valorização dos profissionais em si, para que haja cursos de capacitação nos quais esses educadores consigam adequar o que lecionam para o que seus alunos vivenciam diariamente. A exemplo da complexidade que os envolve, afastando a mecanização do cotidiano, reportando ao que se aprende e por que se aprende, um aprendizado autônomo e independente, que se recria dentro de cada possibilidade, de cada perspectiva.

CONCLUSÕES INTERVENTIVAS

A importância da disciplina de informática nas escolas públicas estaduais é encontrada em cada formulação própria do cotidiano capaz de promover a cooperação de atores da educação em uma atuação integrada, composta por um fomento mútuo de processos de inteligência, processos reflexivos indispensáveis para a autonomia desses sujeitos, desenvolvendo sua capacidade de lidar com sistemas, peça por peça e também o todo pelo todo, pelo tudo. Um reconhecimento do que se constitui, do que se apresenta entre cada disciplina ensinada, em algo maior. Com os laboratórios já instalados na maioria das escolas, a implantação de uma política de ensino voltada para as tecnologias informacionais é, a seu modo, extremamente simples, requerendo apenas o bom senso de gestores públicos para o desenvolvimento do próprio índice de desenvolvimento da educação, volvendo esses esforços conjuntos para o Estado e, em todo caso, também ao Município que o integra, toda a conjuntura social é influenciada, positivamente, com isso. Isso porque os recursos voltados para a educação crescem, a vida social é aprimorada pela capacitação constante de seus integrantes que se ladeiam uns aos outros para a melhoria. A viga mestra desses trabalho é, pois, a efetivação de diretos, da vida prática, de um sentido social à própria educação que, atualmente, é tao desacreditada, violentada por ela mesma e pelo sistema que se enraizou durante séculos ao seu derredor. Ou seja, quer-se, com essa pesquisa, demonstrar que as tecnologias não suprimem o educador, o gestor ou o próprio aluno, não precisam então serem temidas, afastadas ou suprimidas, mas recriam cada um desses sujeitos em transformadores da realidade. A intervenção educacional proposta pela inserção da disciplina de informática nas escolas públicas é, portanto, de todo recomendável, imperiosa mesmo.

REFERÊNCIAS

CARNEIRO, Raquel. Informática na Educação: Representações sociais no cotidiano. São Paulo: Cortez, 2002.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CYSNEIROS, Paulo Gileno. Programa Nacional de Informática na Educação: Novas Tecnologias, Velhas Estruturas. In: Raquel G. Barreto (org.), Tecnologias Educacionais e Ensino a Distância: Avaliando Políticas e Práticas. Rio de Janeiro: Editora Quartet, 2001.

DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia Maria Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987.

GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34, 2006.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFICA E ESTATISTICA. Cidades, José de Freitas. IBGE, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em <http://cidades.ibge.gov.br/brasil/pi/jose-de-freitas/> Acesso em: 01 out.2018.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.

TAKAHASHI, Tadao. (org.) Sociedade da Informação no Brasil: Livro Verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000.

ANEXO I – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROFESSORES

1º- Cada vez mais a contemporaneidade requer a reformulação do cotidiano sobre múltiplas perspectivas. Nesse sentido, como você percebe a informática para o desenvolvimento do ensino? É muito importante porque hoje em dia tudo ou quase tudo se faz com o auxílio de um computador. Ele foi inserido na nossa vida de um jeito que já não dá mais para voltar atrás. A sociedade progride e a informática é um desses progressos. 2º- Os educandos já não lidam com o ensino “decorativo”, como “decorar” formulas, sentenças ou preposições, mas com aprendizado do agora, aquilo que é latente. Você vê na informática essa nova proposta educacional. Como já foi dito, hoje os alunos são mais dinâmicos e mais complexos. Ele estão já desde cedo colocados em situações que antes não eram vividas pela sociedade, como a exposição de imagens, de informações, de jogos, de programas de televisão, problemas com a mobilidade das relações, relacionamentos e vínculos que se desfazem com facilidade, a violência que circunda. 3º- a globalização é um dos principais fatores para a emergência da educação, a todo momento são bombardeados com notícias, fatos e situações que antes, por dificuldade do acesso, nos eram estranhas ou distantes. Como a informática pode auxiliar no ensino da sua matéria? No caso, bem, a informática em si já é a matéria. E por ela ser matéria ela vai se auto ajudar, vai me auxiliar na formulação e entrega da aula. No caso, a aula de informática diferentemente da aula de história, não vou ficar só falando e falando, e o aluno só escutando e escutando. Dados históricos, fatos, etc. A informática é dinâmica, ela tem que ser uma aula dinâmica. Não tem como por exemplo explicar o funcionamento do “WORD”, não tem como explicar em teoria. O aluno precisa estar conciliando tanto a teoria como a pratica. No meu caso, eu não dou aula utilizando o pincel e o quadro, já é direto no “Datashow”, computador. Explicando e revendo tudo que é relacionado. 4°- A legislação educacional impõe o estudo do meio ambiente como matéria interdisciplinar, porque abarca múltiplas questões, fatores químicos, físicos, matemáticos, astronômicos, biológicos, antropológicos, etc. Como você enxerga a informática para o desenvolvimento dessas questões “globais” e emergentes? Primeiro na questão da pesquisa, simples, sempre vai ser a pesquisa. A informática vai me possibilitar essa ferramenta. A partir disso, me abre caminho para o estudo, e desse estudo pode se desenvolver para uma simulação. 5°- A humanidade cada vez mais se distancia de um futuro prometido, para o qual se requer o trabalho de uma vida, mas para um futuro que se constrói no agora, não se projeta para algo vindouro, mas para o momento a era informacional influencia no ensino da sua disciplina de que forma? A informática vai me influenciar no sentido de que eu vou falar dela com ela, ou seja, eu preciso da informática para poder pesquisar sobre informática. Então acredito que ela vai influenciar 100%. 6°- A observação e o ensino de sua disciplina mudaram de perspectiva com era informacional? Muda. Porque por mais que seja informática básica, eu preciso estar em constante mudança, até por causa das atualizações etc. Nisso é necessário estar sempre em modo de atualização. 7°- A informática retira do professor o seu autoritário “o saber de tudo” para um aluno que, com o celular, acessa todo o conteúdo ou a informática pode auxiliá-lo na reformulação da educação? Pode, acredito que existem matérias que é necessário estar em sala de aula para que aja um desenvolvimento. Acredito que um aluno não precise de um professor para aprender a mexer em um computador pois hoje em dia a tecnologia está aí para facilitar a vida de ambos. 8°- Questões cotidianas são trazidas para o universo escolar (drogas, separação dos pais, angústias, retraições, anseios sociais e de si), até que ponto a educação pode auxiliar nesse processo? E até que ponto a informática pode auxiliar o educador para uma vida moderna? No ponto de vista, a internet ela pode ajudar de várias formas e ao mesmo tempo atrapalhar pois existem várias coisas boas que são verdades e que você pode procurar, mas ao mesmo tempo também existem as famosas Fake News que atrapalha bastante. No caso de nós educadores pode nos ajudar bastante a termos uma ferramenta bastante útil para nos ajudar tanto na sala de aula quanto fora também], e nos auxilia a nós nos aproximarmos dos alunos, tirando d´vidas que eles têm e que naquele momento não estamos sabendo a resposta. Ou seja a internet ajuda bastante 9°- A escola que você trabalha tem laboratório? Ele é utilizado para o ensino da sua disciplina? Tem laboratório, sim, e está sendo utilizado, mas eu acho. Não está sendo utilizado para outras finalidades, mas para dentro do que está sendo pedido para a programação e a manutenção deles.

ANEXO II – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ALUNOS

1°- Até que ponto você consegue enxergar a informática como ferramenta para o seu aprendizado? Levando em consideração a infraestrutura do laboratório a informática especificamente situada na escola, ela não é muito boa, pois são raras as vezes que tem internet. Não tem computadores para todos e também não temos professores que expliquem como nós alunos gostaríamos. 2°- É certo afirmar que vivemos em um mundo informatizado, e a tendência é que a informática se torne prioridade como instrumento de ensino. Com base nisso, em sua escola, como a informática está presente em seu cotidiano escolar? Até está, mas não é do jeito que a gente quer. Os professores não usam como era para ser. Eles só levam a gente para lá e pronto. Isso é, quando levam. 3°- Você tem acesso a computador ou algum sistema informacional para auxílio do seu ensino? Não tenho, pois a escola não tem computadores para todos os alunos. Na verdade, mesmo se tivesse, não tem como abarcar essa quantidade de alunos lá. 4°- Até que ponto a informática pode auxiliar no desenvolvimento de suas questões educacionais e sociais? Tudo hoje em dia a gente utiliza computadores, esses aparelhos tecnológicos, e tudo mais. Ela está presente justamente por isso. 5°- Depois da explosão informacional o computador e as ferramentas que dele se aproximam tomaram outras perspectivas, funcionalidade para compreensão da vida. Para você aluno, até que ponto a escola é, por esse lado, necessária para o desenvolvimento nesse universo de informação? A escola é importante para tudo, a gente e até os professores mesmo é que não valorizam o jeito que era para ser o ensino, mas todo mundo tem seus motivos. E é assim em todo lugar, uns conseguem o que querem, “fazem por onde”, outros são meio arrastados. 6º- A sua escola possui laboratório, caso haja, você o utiliza? Sim, possui. Não, pois existem computadores para todos os alunos e nem acesso à internet. 7º- Há aula de informática no laboratório de sua escola? Sim. Elas acontecem uma vez por semana. 8º- No laboratório de sua escola, há a presença de outro tipo de aula? Se sim, Qual? Os entrevistados não souberam responder. 9°- A utilização do laboratório da sua escola afeta/influencia no seu aprendizado? Assim, não sei como poderia influenciar, as aulas são como as outras, a gente apenas tem que ir e aprender. Normal. É bom porque de vez em quando aprendemos algo novo. 10°- O uso do computador facilita a sua vida, tem dificuldades de operá-lo? As opiniões eram diferentes. Uns diziam que facilitam, outros diziam que já sabiam utilizar, outros, por outro lado, possuíam algumas dificuldades. 11°- Por quanto tempo você utiliza o computador? Ele tem acesso à internet? Durante as aulas, os alunos utilizam sempre que a internet está funcionando. Mas é mais comum a internet não estar disponível do que o contrário. 12°- Há ferramentas para o desenvolvimento de atividades educativas ou educacionais nos computadores do laboratório da sua escola? Sim, há alguns programas instalados. Eles fazem parte de um projeto que foi adquirido pela secretaria de educação, mas o pessoal diz que foi só para “ganhar a licitação”, ou seja, para ganhar mais em cima do povo. Comum na política. 13°- Caso existam, essas atividades se adequam ao conteúdo? Sim. Os programas são direcionados para isso. Cada um tem sua matéria, umas não têm um somente para ela, mas outras já tem. Os professores das matérias que não tem vão adaptando com alguns arquivos, ou mesmo com acesso a sites direcionados para isso. 14°- Caso não se adequem, onde podem ser melhoradas? Há muitos pontos a serem melhorados, por exemplo, a atualização dos programas com versões mais recentes. Ter mais computadores funcionado, com a internet funcionando. 15°- Você é motivado a usar o laboratório e estudar a informática? Do jeito que está, a gente fica meio desestimulado porque a escola já é difícil, as coisas que eram para nos ajudar parece que são pouco usadas ou exploradas. Os alunos mesmo às vezes não valorizam o que está ao alcance deles.

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